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segunda-feira, 18 de junho de 2012

Hoje em Dia mostra problemas ambientais em Conceição do Mato Dentro

Confira esta matéria do jornal Jornal Hoje em Dia, publicada nesse domingo, que aborda  os problemas ambientais decorrentes da falta de um aterro sanitário na cidade.


Conceição do Mato Dentro paga o preço do progresso

Economia encontra-se em pleno desenvolvimento, com geração de renda e emprego, mas cidade experimenta uma espécie de “desordem" ambiental


EUGÊNIO MORAES
matodentro
Volume de resíduos gerados triplicou em 4 anos, transformando aterro em um lixão a céu aberto


CONCEIÇÃO DO MATO DENTRO – Cercado por dezenas de urubus, Aguinaldo Alves da Cruz, de 28 anos, segue a lida de buscar material reciclável nas montanhas de lixo em Conceição do Mato Dentro, na região central de Minas. Testemunha ocular da sujeira da cidade, ele não se intimida com os animais à espreita ou com as pilhas de entulho que tem que ultrapassar. Para Aguinaldo, o fato de o aterro controlado ter sido “rebaixado” a lixão não representa prejuízo, mas oportunidade. “Desde que a ‘firma’ chegou, isso aqui cresceu muito, e tem mais ‘coisa’ para a gente pegar”, diz.

Em Conceição do Mato Dentro, quando falam em “firma”, as pessoas se referem à multinacional Anglo American, responsável pelo projeto Minério-Brasil no local e nos municípios vizinhos de Dom Joaquim e Alvorada de Minas.

Desde a chegada da empresa, em 2008, os 18 mil habitantes da cidade estão entre a cruz e a espada. Enquanto a economia encontra-se em pleno desenvolvimento, graças à geração de renda e à oferta de emprego, o município experimenta uma espécie de “desordem”, devido a problemas como o definhamento do aterro, cujo volume triplicou nos últimos quatro anos; a decadência do turismo, até então a principal atividade econômica; e a especulação imobiliária, que provoca invasões de lotes irregulares.

Segundo o secretário Municipal de Meio Ambiente, Sandro Lage, antes da instalação da mineradora, o aterro controlado em caráter provisório tinha apenas uma vala para receber o lixo, e ela era coberta por terra pelo menos duas vezes por semana.

Medo de contaminação do lençol freático

“A medida servia para conter a presença de animais e de catadores de material reciclável irregulares”, explica. Como a área de descarte aumentou, o secretário acredita que o lençol freático possa sofrer contaminação por chorume, líquido liberado pelos rejeitos e altamente poluidor.
A mineradora afirma que não destina mais resíduos ao lixão, cumprindo uma proibição da prefeitura feita em agosto do ano passado. “Anteriormente, pode ter havido um descarte, mas, hoje, contratamos uma empresa que tira todo o lixo industrial das obras e canteiros e leva para um aterro em Sabará (na Região Metropolitana de Belo Horizonte)”, diz o gerente-geral de Desenvolvimento Sustentável do projeto Minério-Brasil, José Centeno.
Problemas com a sobrecarga de resíduos foram previstos em um parecer da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad), em 2008. No documento está a determinação para que a empresa apresente uma proposta de apoio à prefeitura para a instalação de um “aterro sanitário municipal com unidade de triagem e compostagem e coleta seletiva, tendo em vista o aumento da demanda que deve ocorrer na fase de implantação”. A segunda etapa de instalação da mineradora está perto de ser concluída, mas as obras da usina de lixo devem começar somente no fim deste mês.


Leia a matéria completa acessando a Edição Eletrônica do Jornal Hoje em dia do dia 17 de junho de 2012.