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quinta-feira, 29 de março de 2012

Comissão Pastoral da Terra denuncia violação de direitos humanos de atingidos pela mineradora Anglo Ferrous





Essas denúncias são gravíssimas e servem de alerta à  população de Conceição do Mato Dentro e região:


A Comissão Pastoral da Terra, de Minas Gerais – CPT/MG – presta esclarecimentos e denuncia a violação dos direitos humanos dos atingidos causados pelo projeto de Mineração da Anglo Ferrous Minas-Rio S.A em Conceição do Mato Dentro, Minas Gerais.

A Comissão Pastoral da Terra do Estado de Minas Gerais vem a público declarar que a empresa Anglo Ferrous Minas-Rio Mineração S.A. (Anglo American) que está implantando a mineração de Ferro em Conceição do Mato Dentro, MG, utiliza o nome da Comissão Pastoral da Terra de forma equivocada e não autorizada, para legitimar sua ação junto aos atingidos, reassentados e órgãos ambientais. A postura da Anglo American é uma estratégia para encobrir o não cumprimento pela empresa dos acordos firmados com as comunidades atingidas.

A CPT sub-região Leste assessorou as comunidades atingidas nos processos que resultaram nos acordos indenizatórios de um grupo de atingidos, em setembro de 2010.

Na recente visita de representantes da CPT ao local, através de contato com as populações atingidas, considerando os relatos delas e documentos encaminhados a diversos órgãos públicos, avaliamos que a Anglo American vem causando uma série de transtornos, como o desrespeito aos direitos dos atingidos e não cumprimento de acordos assinados.

Além disso, a empresa tem utilizado o nome da CPT, segundo relatos, em boletins de propaganda da empresa e em reuniões públicas sobre processos de licenciamento ambiental, como forma de passar a ideia de parceria social, aliviando sua responsabilidade pelo descumprimento de condicionantes estabelecidas no COPAM Jequitinhonha (URC Jequitinhonha).

Neste contexto, surge o nome da entidade CAILA, que não tem autorização para atuar em nome da Comissão Pastoral da Terra.

A Anglo Ferrous ao utilizar o nome da CPT mostra sua verdadeira face. Tenta usar a todos para atingir seus reais objetivos: a realização do lucro. Para isso destrói comunidades e os seus lugares. São várias as denúncias de irregularidades da empresa encaminhadas seja ao Ministério Público, ao legislativo, Supram-Jequitinhonha, Defensoria Pública, IBAMA e a grande mídia.

A recente decisão da justiça, que acatou a ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Estadual, que suspende as obras da empresa é um anúncio – de um lado acende a esperança de justiça, de outro mostra claros indícios de ilegalidades.

As famílias sofrem com a ação da Mineradora Anglo American e cobramos dos órgãos responsáveis as providências necessárias para que a empresa seja devidamente punida, corrija suas ilegalidades e passe a atuar de forma respeitosa com os atingidos por seu empreendimento.

Comissão Pastoral da Terra de Minas Gerais

Belo Horizonte, 26 de março de 2012.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Vídeo mostra a destruição provocada pela mineração em Minas Gerais.

A Unicon apoia o projeto deste vídeo que mostra os danos irreversíveis ao meio ambiente, causados pela exploração de minério em Minas Gerais. Além da falta da devida fiscalização, as regras atuais da exploração mineral não respeitam o povo mineiro e o nosso meio ambiente. Assista e ajude-nos a divulgar o vídeo abaixo.


Liminar que paralisou obras da Anglo em Conceição continua valendo parcialmente.



Justiça barra nova expansão de mineradoraTJMG vai analisar projeto da Anglo American em Conceição do Mato Dentro e libera apenas as atividades já iniciadas


Publicação: 28/03/2012 06:00 Atualização: 28/03/2012 06:46

A decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que determinou a volta parcial das atividades nas obras do projeto Minas-Rio, em Conceição do Mato Dentro, na Região Central do estado, da mineradora Anglo American, será novamente avaliada pelo relator do processo, desembargador Barros Levelhagen, e pela 5ª Câmara Cível do tribunal, composta por três desembargadores. No sábado, a empresa entrou com um agravo de instrumento contra liminar concedida pela juíza Maria Jacira Ramos e Silva, em resposta à ação movida pelo Ministério Público Estadual (MPE), que pedia a paralisação das obras do empreendimento por não cumprir condicionantes do licenciamento ambiental e avançar na obra sem autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Minas Gerais (Iphan), causando danos irreversíveis ao potencial arqueológico da região.

O relator que julgou a liminar no sábado, Edgar Penna Amorim, estava de plantão e redistribuiu os autos. Amorim decidiu que as obras já iniciadas pela mineradora - estação de bombas 1, unidade de captação de água nova e dique da barragem de rejeitos - fossem retomadas. As demais obras continuam suspensas. Para o coordenador Promotoria de Justiça de Defesa da Bacia dos Rios da Velha e Paraopeba, Carlos Eduardo Ferreira Pinto, do Ministério Público Estadual (MPE), o TJMG manteve a decisão de suspender as obras não iniciadas e acatou a liminar "somente em alguns pontos".

Segundo o promotor de Justiça da comarca de Conceição do Mato Dentro, Almir Geraldo Guimarães, a Anglo American recorreu da decisão de primeira instância, que mandava paralisar as obras, e o tribunal respondeu com um efeito suspensivo, porém parcial. "A decisão dada pela juíza daqui (Conceição do Mato Dentro) continua valendo, com exceção de algumas partes", explica. Ainda de acordo com ele, isso vale até o julgamento do recurso pela 5ª Câmara Cível do TJMG. "Depois, a liminar concedida pode ser mantida integralmente ou não. Julgamento, só no final do processo", completa o promotor.

No pedido de liminar, o MPE solicitava suspensão de toda e qualquer atividade de intervenção no solo para a implantação do empreendimento, principalmente aqueles que envolvem supressão de vegetação, terraplanagem e retirada ou revolvimento do solo até o fim das prospecções arqueológicas integrais e aprovação do Iphan. Em caso de descumprimento da decisão, a empresa iria arcar com multa diária de R$ 300 mil, podendo chegar a R$ 1 milhão.

O Ministério Público ainda pediu indenização relativa aos danos materiais irreparáveis e morais coletivos em decorrência do empreendimento em montante não inferior a R$ 5 milhões, além de a empresa seja condenada a implantar, na sede do município, unidade museológica para abrigar os vestígios arqueológicos resgatados em razão das atividades no local.

A Anglo American, por meio de nota, afirma que em 24 de março o Tribunal de Justiça suspendeu a liminar relativa à interrupção das obras na estação de bombas 1 e no dique da barragem de rejeitos do projeto Minas-Rio, no município mineiro de Conceição do Mato Dentro. As obras foram retomadas no mesmo dia. A empresa acredita que o Projeto Minas-Rio não coloca em risco o patrimônio artístico e cultural de Conceição do Mato Dentro.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Justiça paralisa projeto de US$ 5 bi da Anglo American




Liminar suspende obras de implantação de mina e mineroduto em Conceição do Mato Dentro

Bruno Porto - Do Hoje em Dia - 21/03/2012 - 09:32

ANGLO AMERICAN/DIVULGAÇÃO/ARQUIVO
anglo american
Área que receberá planta de beneficiamento da Anglo American, em Alvorada de Minas


A Justiça acatou pedido de liminar impetrado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e decidiu paralisar as obras do projeto Minas-Rio, da Anglo American, em Conceição do Mato Dentro, na região Central do Estado. Na terça-feira (20), um oficial de Justiça acompanhado da Polícia Militar esteve nas obras do empreendimento e determinou a paralisação das intervenções ligadas ao investimento da ordem de US$ 5 bilhões, com capacidade de produção inicial projetada em 26,5 milhões de toneladas anuais de minério de ferro e que ainda contempla o maior mineroduto do mundo, de 525 quilômetros de extensão.
 
Conforme decisão da juíza da Comarca de Conceição do Mato Dentro, Maria Jacira Ramos e Silva, a empresa deverá ter todas as intervenções no solo interrompidas sob pena, em caso de descumprimento, de multa diária de R$ 300 mil, limitada a R$ 10 milhões. As obras ficarão paralisadas até que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) finalize prospecções arqueológicas e emita parecer que aprove o reinício das intervenções sem prejuízo ao patrimônio histórico.
 
Há a confirmação de uma área com potencial arqueológico na região, inclusive com reminiscências quilombolas, onde a prospecção arqueológica é considerada essencial.
 
A Justiça acatou os argumentos do Ministério Público de que a ação da mineradora na região colocou em risco o patrimônio artístico e cultural. A condicionante nº99 do processo de licenciamento ambiental exigia que a empresa realizasse monitoramento arqueológico de todas as intervenções realizadas no solo e enviasse parecer bimestralmente para aprovação do Iphan antes de dar continuidade às obras. A empresa teria prosseguido com os trabalhos sem a manifestação do Iphan.
 
Em sua decisão, a juíza Maria Ramos e Silva justificou o deferimento da liminar alegando que a exploração de jazidas de minério de ferro no local sem os devidos estudos e sem a autorização da autoridade competente, no caso o Iphan, resultaria na destruição do patrimônio histórico e cultural da região e que estes prejuízos seriam irreversíveis.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Dia Mundial da Água vai ser comemorado com Seminário em Conceição do Mato Dentro

Participe! Faça já a sua inscrição!


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A Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Conceição de Mato Dentro, convida toda a população para participar do ‘‘1º Seminário das Àguas’’.
Vagas Limitadas. Inscrições até dia 21 de Março de 2012, na Secretaria de Meio Ambiente, Rua Raul Soares, 209, Centro, ou pelo telefone:            (31) 3868-2431      .

PROGRAMAÇÃO:

Dia 21/03 - Quarta-feira
8h às 17h30 Credenciamento e Entrega de Materiais na Secretaria de Meio Ambiente
18h Palestra "Gestão dos Recursos Hídricos em Minas Gerais." Antonio de Souza/IGAM
19h Lançamento Livro “Preservação das Nascentes: O pagamento por serviços ambientais ao pequeno ruralista provedor”.
19h20min Palestra “Preservação das Nascentes”
20h Coffee Break
20h30min Palestra " Importância da cobertura florestal na preservação das Nascentes"
Marco Aurélio/Engenheiro Florestal

Dia 22/03 - Quinta-feira
18h Palestra "Alternativas para o Tratamento do Esgoto Doméstico”. Vinícius Parreira/Geógrafo
19h Palestra "Biomonitoramento Participativo com Comunidades Ribeirinhas em Zonas Rurais de Conceição do Mato Dentro, utilizando insetos aquáticos como Bioindicadores da qualidade da água." Luiza Hoehne/Bióloga
20h Coffee Break
20h30 Palestra "Saneamento Ambiental e Conservação de Recursos Hídricos" Leonardo Mitre/Engenheiro Civil


Dia 23/03 - Sexta-feira
18h Palestra "Os Caminhos das Águas de Conceição do Mato Dentro" Sandro Lage/ Secretário de Meio Ambiente
19h10 Coffee Break
19h30min TEATRO "Soltando os Bichos" Vinicius Produções
20h30 Encerramento
20h50min Entrega de Certificados

Um exemplo a ser seguido


Como a Costa Rica se tornou o país mais verde e feliz do mundo

Posted: 12 Mar 2012 03:57 AM PDT

Você sabia que a Costa Rica, país que já foi eleito o mais verde e feliz do mundo, devastava 50 mil hectares de florestas por ano em 1983? E como será que o país conseguiu reverter esta taxa pouco mais de uma década depois, chegando ao desmatamento zero em 1998? Esta e outras questões sobre a trajetória da Costa Rica foram abordadas em um artigo publicado no site Our World.

O país possuía, na década de 1940, mais de 75% da superfície coberta por mata nativa, principalmente tropical. Devido à derrubada ilegal, este número caiu para 26% em 1983 (ano em que a taxa de desmatamento chegou a 50 mil hectares anuais). Em 1998, contudo, a taxa de desmatamento chegou a zero e, dez anos mais tarde, a cobertura florestal passou a ocupar 52% do território – número que deve chegar a 70% em 2021, de acordo com as autoridades locais.

Metade do PIB da Costa vem do turismo ecológico e de aventura

Para gerar esta mudança, um dos pontos principais foi o desmantelamento do exército, em 1948, que permitiu redirecionar recursos destinados à defesa para programas sociais e ambientais. Outra iniciativa costarriquenha foi a implementação de um programa de remuneração por serviços ambientais, que estimulou proprietários de terras e comunidades rurais a conservar as matas em troca de benefícios financeiros.
Além disso, desde 1996 o país possui um Fundo Florestal Nacional, que aprofundou ainda mais o programa de pagamento de subsídios para a conservação. Já foram destinados mais de 230 milhões de dólares para pagamentos ambientais e foram criados 18 mil postos de trabalho, o que contribuiu indiretamente para manter outros 30 mil.
Atualmente, 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do país vem do turismo ecológico e de aventura, índice que a transformou em uma das experiências mais bem-sucedidas em turismo sustentável do mundo.
Outra lição do país na questão ambiental é energético: 99,2% da energia vem de fontes renováveis. Em suma, a Costa Rica representa um exemplo do que a fórmula “menos forças armadas, mais conservação e desenvolvimento social” pode gerar.

domingo, 18 de março de 2012

Jogo de cartas marcadas?


 


Leiam o texto escrito pelo conselheiro do Copam , Júnior Guerra, onde relata todos os detalhes da 61ª reunião, ocorrida na URC Jequitinhonha, em Diamantina, no dia 15 de Março de 2012.

Vejam o relatório sobre a reunião . O que nos deixa preocupados é que  foram aprovados todos os assuntos de interesse da Anglo, mesmo não tendo a empresa cumprido todas as condicionantes. Fica o questionamento: até quando os interesses da empresa serão priorizados em detrimento dos direitos do Município?


Relatório da 61ª reunião do Copam de  15 de Março de 2012.

Prezados, 
 
 
Segue o relato da reunião da URC – Jequitinhonha   ocorrida no dia 15/03/2012 .
 
Desta vez,  estava em votação a LI da  Linha de Transmissão de 230kv, - Itabira-CMD - do projeto Minas -Rio.
 
O processo continua sendo licenciado mesmo com várias condicionantes descumpridas. Nesta reunião, mais uma vez, o  conselheiro  representante do Ministério Público Estadual,  defendeu a legalidade do processo.  No relatório de vista que ele apresentou, foram  destacadas  várias incoerências e irregularidades do  processo de licenciamento da linha de transmissão. 
 
Três aspectos merecem o   conhecimento de todos:
 
1- A autorização para Licença Prévia  dessa mesma linha de transmissão  tinha como prazo de validade  2 anos. Para legalidade do processo, o pedido de prorrogação teria que ter sido solicitado antes do seu vencimento, inclusive com os documentos indispensáveis para apreciação do pedido.  Ocorre que o requerimento foi feito um dia antes do vencimento e os documentos indispensáveis para apreciação desse pedido foram protocolados 10 dias após o pedido de prorrogação.  
 
O representante do Ministério Público  questionou  sobre  essa irregularidade  aos técnicos da SUPRAM e eles disseram que os documentos foram entregues pela empresa na mesma data que o pedido de prorrogação. Contudo, segundo relato da equipe técnica,  os documentos estavam no processo de triagem da Superintendência desde o dia em que foi requerida a prorrogação. Disseram que a  técnica que recebeu os documentos irá  "declarar que recebeu os documentos junto com o pedido de prorrogação" e que essa declaração será juntada ao processo.    
 
2- O conselheiro representante do Ministério Público perguntou quem poderia  alterar condicionante ( a resposta foi que só o colegiado poderia modificar a condicionante,  podendo a equipe técnica alterar somente o prazo de cumprimento). Porém, a condicionante número 1 da linha de transmissão que obriga a autorização do IBAMA para intervenção/supressão de Mata Atlântica foi desconsiderada pela equipe técnica sem passar pelo órgão colegiado. A alegação é  que a área a ser suprimida era inferior a 50 hectares , não necessitando,  assim, de tal anuência. 
 
O conselheiro representante do Ministério Público  disse que,  no mínimo, em respeito ao colegiado, a desconsideração dessa condicionante, deveria ter passado pelo órgão colegiado,  onde   essas alegações seriam acatadas ou não . O  traçado inicial que tinha sido proposto com uma linha de desapropriação de 20 metros foi modificada pela equipe técnica e  pela empresa para 7 metros . Ao que parece,  a alteração com a redução de área  teve como único objetivo  evitar a anuência do IBAMA.   É preciso verificar se  a empresa já havia justificado a indispensabilidade dos 20 metros , passando, agora, para apenas +- 7 metros . 
 
    
3-  Consta no parecer único da Supram que a linha de transmissão irá intervir na zona de amortecimento  de 2 Unidades de Conservação. Uma delas é no Monumento Natural da Serra da Ferrugem. Em razão disso, o conselheiro representante do MP  perguntou à equipe técnica  o que é "zona de amortecimento". A  equipe técnica respondeu que seria a “ área de entorno de proteção da Unidade de Conservação” .  O representante do MP  destacou que é vedada a interferência na área de entorno das Unidades de Conservação.
- Essas questões foram expostas por mais de 3 horas sem que tenham gerado o convencimento de nenhum conselheiro, apesar das evidentes irregularidades apresentadas.  O resultado foi a aprovação da LI linha transmissão com  apenas um voto contrário : o do MPE. 
 
 
Ao final da reunião,  um dos atingidos que estavam presente,  Sr. José Pepino fez um resumo de tudo que já tinha ocorrido com ele desde o início, com  a chegada do empreendimento. Destacou as várias vezes que, por iniciativa da empresa,  foi levado  para baixo e para cima com o objetivo de  procurar um "novo lugar",   sem nenhuma definição concreta .  Diga-se de passagem,  que a empresa continua excluindo o Sr. José Pepino em sua lista de atingidos e, mesmo publicamente, não reconhece que ele se trate de um atingido.  Sr. José Pepino relatou as dificuldades que sua família vem enfrentando nesses anos todos, descrevendo-se como um dos primeiros atingidos, desde 2007, em razão da sua dependência com a água – Ele relatou  os três córregos que passam em sua propriedade, estão  impróprios para consumo em razão de  situações  decorrentes do empreendimento . 
 
Em seguida,  participei  como  atingido: disse que o depoimento do Sr. José Pepino serviria relatar as dificuldades de praticamente   todos os atingidos. Disse que os atingidos não estão mais participando da reunião porque  já  tinham encontrado dificuldades para  falar perante o conselho em outras ocasiões (vários não puderam manifestar-se na LP e nas outras ocasiões que compareceram,  algumas vezes pela falta de tempo suficiente  e  outras vezes  pela dificuldade de expressão ). Noutras vezes, manifestaram  e não viram nenhum resultado ou compromisso dos conselheiros em buscar soluções para os problemas que foram apresentados, o que causou um desânimo nos atingidos.  Destaquei que para o processo continuar  regularmente,   não pode ser passando por cima das  pessoas como está sendo feito.  Solicitei  que  as condicionantes  fossem  cumpridas e que as alterações,  quando feitas, tem grande repercussão na vida das pessoas atingidas pelo empreendimento. Portanto, pedi atenção da Supram e dos conselheiros para que mantenham a regularidade do processo.
    
 
Att, Júnior Guerra

Família Pimenta denuncia atrocidades cometidas pela Anglo American em Conceição do Mato Dentro

A família Pimenta denuncia  o não cumprimento de acordos com os proprietários de terra no distrito do Sapo.


O documento acima foi distribuído durante a 61ª reunião da Urc-Diamantina, pelo Rubens, membro da família Pimenta da Serra da Ferrugem.


Eles vão lucrar bilhões e Conceição do Mato Dentro, vai ganhar o quê ?

Leia a matéria abaixo publica pela revista Isto É Dinheiro sobre os investimentos da Anglo no projeto Minas Rio. Queremos saber o que Conceição vai ganhar com isso, além dos impactos que já está sofrendo e que aumentarão a cada dia.

Fica cada vez mais claro que precisamos ficar de olhos bem abertos e exigir os direitos de nossa cidade, pois as mineradoras vão ter lucros exorbitantes às custas da degradação ambiental, social e cultural de nosso Município. Acordemos todos, conceicionenses.

Não podemos ficar quietos assistindo a toda essa transformação de braços cruzados!

O novo Eldorado da mineração

O executivo Paulo Castellari, presidente da Anglo American, tem R$ 5,8 bilhões para construir no País o maior mineroduto do mundo. Saiba como esse investimento acirra a corrida dos grandes grupos internacionais da indústria do minério de ferro.

Por Hugo CILO
Assista à entrevista com o editor da DINHEIRO, Hugo Cilo

Avenida das Américas, Barra da Tijuca, zona sul do Rio de Janeiro. Entre os cariocas, o endereço é tão conhecido quanto a praia de Copacabana, o Pão de Açúcar, o Maracanã ou o Corcovado. Muito em breve, o local pode também se tornar o centro de operações da maior transformação da história do setor mineral brasileiro. É lá, no número 3.443, sede da mineradora britânica Anglo American no Brasil, que o presidente da divisão de minério de ferro da companhia, o ítalo-brasileiro Paulo Castellari-Porchia, comanda o projeto Minas-Rio, o maior investimento da empresa no mundo, com orçamento de R$ 5,8 bilhões até o segundo semestre de 2013. Os planos de Castellari não apenas impulsionarão os negócios da Anglo American, como forçarão suas principais rivais a rever suas operações no País. 
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Paulo Castellari, presidente da Anglo American:
"Teremos o melhor minério de ferro, com o melhor preço"
Por uma simples razão. Está em curso uma autêntica corrida do ouro na mineração brasileira, disputada também por empresas como a Vale, comandada por Murilo Ferreira, a MMX, do bilionário Eike Batista, a CSN, do empresário Benjamin Steinbruch, e uma legião de mineradoras estrangeiras. A Anglo American promete dar trabalho aos concorrentes. “Teremos o melhor minério de ferro, com o melhor preço” diz Castellari. A corrida determinará quem é quem na mineração mundial nos próximos anos, e promete ser acirrada. Está em jogo um mercado gigantesco. Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o setor receberá investimentos de US$ 68,5 bilhões nos próximos cinco anos – a maior cifra já vista na história da mineração no País. 
Atualmente, o setor representa 5% do PIB nacional, responde por 30% da balança comercial brasileira e fatura aproximadamente US$ 50 bilhões ao ano. E tudo que envolve a mineração brasileira é superlativa. A MMX tem R$ 5 bilhões para investir em exploração de minérios em Serra Azul, região produtora de ferro em Minas Gerais, e outros R$ 2,5 bilhões na construção do Porto Sudeste, em Itaguaí, no litoral fluminense. Já a CSN, que fatura mais com mineração do que com siderurgia, sua atividade principal, prevê investimentos de R$ 11 bilhões para os próximos cinco anos. Na semana passada, a Cabral Mineração, uma  subsidiária da empresa australiana Cabral Resources, anunciou que vai desembolsar US$ 2,2 bilhões para a construção de uma unidade em Livramento de Nossa Senhora, na Bahia, para produzir concentrado de ferro com capacidade de 15 milhões de toneladas ao ano. 
No caso da Anglo American – um grupo que no ano passado faturou US$ 13,3 bilhões em todo o mundo, um aumento de 23% em comparação a 2010 –, está sendo planejado um ataque certeiro na disputa pelo mercado de minério de ferro, sob a batuta de Castellari. Um faraônico mineroduto de 524 quilômetros cruzará 32 municípios da região Sudeste e ligará o município de Conceição do Mato Dentro, no norte de Minas Gerais, ao Porto do Açu, em São João da Barra, no terminal logístico de Eike Batista, em construção no Rio de Janeiro. Por seus dutos passarão, logo no primeiro ano, 26,5 milhões de toneladas de polpa de minério – uma lama acinzentada que, depois de uma viagem de quase três dias, será filtrada e ficará pronta para se transformar em metal. 
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O projeto incluirá, além da mina de minério de ferro em Minas Gerais, uma estação de beneficiamento em Alvorada de Minas e o terminal próprio para o embarque de minério no porto de Eike, que será sócio por meio da LLX, com 51% de participação. Graças a essa gigantesca estrutura, haverá uma drástica economia com o transporte do minério de ferro, que representa 75% do preço final do produto e, no Brasil, por enquanto,  é feito apenas por meio de rodovias e ferrovias. Na ponta do lápis, isso significa que uma tonelada da matéria-prima produzida pela Anglo American chegará à China, que consome 47% de todo o ferro produzido pelo País, a um preço entre 15% e 25% abaixo do que hoje é cobrado pelas concorrentes Vale, CSN e MMX. 
É nesse ponto que a empresa comandada por Castellari tende a incomodar suas rivais e, por consequência, inaugurar uma nova corrida pela conquista de posições na indústria mineral brasileira. A briga promete. Ao olhar para o horizonte, todos os atuais indicadores do setor mineral se tornarão pequenos. Os investimentos surgem de todas as partes, especialmente por gigantes como CSN, MMX, Votorantim, Samarco e Vale. A maior mineradora brasileira, por exemplo, tem nada menos do que US$ 21,4 bilhões em investimentos planejados para este ano, o maior volume de recursos de uma empresa privada no País e de uma companhia do setor no mundo. Para o Ibram, a mineração brasileira está pronta para dobrar de tamanho em pouco anos – duplicando sua produção dos atuais 370 milhões para 787 milhões de toneladas em 2015. 
“Viveremos nos próximos anos a maior rodada de investimentos minerais já vista no País”, diz Rinaldo Mancini, diretor do Ibram. No entanto, uma pergunta se impõe: será que o aumento da produção e a redução de custos compensarão o arrefecimento da economia mundial, em particular a partir da desaceleração da China, que prevê crescimento de 7,5% para este ano, abaixo dos 9,2%, em 2011, e dos 10,4%, de 2010? Ao que tudo indica, o grande desafio do setor mineral não está apenas em garantir os grandes investimentos, mas como combiná-los com as estratégias para aumentar a competitividade. É nesse campo que Castellari quer atacar. O executivo, nascido em Santo André, na Grande São Paulo, garante que seu plano, em operação, fará com que a Anglo American chegue ao topo no ranking das melhores mineradoras do País – hoje a companhia é a segunda em volume potencial de produção de minério de ferro, atrás da Vale. 
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“Não trabalhamos apenas para sermos líderes, mas isso será uma consequência”, afirma Castellari, um discreto e sorridente são-paulino de 41 anos, viciado em esquiar na neve e que se diz apaixonado por duas mulheres – sua esposa, Cristiana, e sua filha, Isabella, de 15 anos. A gigantesca tubulação que está em construção no eixo Minas-Rio se destina a saciar, principalmente, o apetite pela matéria-prima da indústria siderúrgica chinesa. Para ilustrar a importância da China para a mineração nacional, que no ano passado comprou quase a metade do minério brasileiro, o Japão, o segundo colocado, comprou apenas 9,8% da produção brasileira do metal. “Quando o mundo voltar a crescer, quem estiver pronto para dar suporte à indústria chinesa sairá na frente”, afirma o executivo. “A China desacelerou, é verdade, mas está muito longe de ser uma economia fria, e por isso estamos enxergando uma economia mundial extremamente aquecida nas próximas décadas.” 
Para reforçar seu ponto de vista, Castellari  esgrime o balanço das exportações brasileiras de minério de ferro em janeiro, que cresceram 16%, para 15,4 milhões de toneladas, na comparação a dezembro do ano passado, num claro sinal de que a China, mesmo crescendo menos, é a grande aposta das mineradoras brasileiras. A estratégia bilionária de Castellari com o mineroduto recebeu carta branca dos executivos da matriz da Anglo American em Londres. Essa autonomia, segundo ele, se explica pelo fato de que a redução nas despesas com transporte possibilitará também que a empresa tenha uma margem de lucro maior e, por consequência, mais espaço nas negociações com os clientes. Enquanto o gasto com extração de minério de ferro na Anglo American é de US$ 6 a tonelada, o transporte até a China custa entre US$ 25 e US$ 30. 
“Quem não reduzir custos agora ficará de fora do jogo do minério de ferro nos próximos anos”, diz Castellari. “A falta de infraestrutura criou uma oportunidade para sairmos na frente.” Nesse contexto, o mineroduto brasileiro será um instrumento importante em favor da companhia. Castellari não revela, em detalhes, as estratégias de preços da Anglo American, mas garante que a redução de custos e o aumento da competitividade serão seu grande trunfo. O custo de transporte da tonelada de minério de ferro de Conceição do Mato Dentro até o Porto do Açu é estimado por especialistas em cerca de R$ 1,50, enquanto a Vale desembolsa, em média, R$ 25 para transportar por ferrovias o minério extraído em Carajás, no Sul do Pará, até o porto maranhense de Itaqui. “Para a mineração brasileira, o transporte por dutos é uma solução genial”, afirma Mancin, do Ibram. 
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Produção e logística: a mina da Vale em Carajás, no Pará (primeira foto), é a maior reserva
de ferro do mundo, com matéria-prima para 500 anos. Na segunda foto,
o Porto Sudeste, construído por Eike Bastista, terá investimento de R$ 2,5 bilhões.
“Se já somos uma potência no setor atualmente, daremos um salto ainda maior com os projetos que estão no horizonte.” A aposta da Anglo American, além da pujança da economia chinesa e das perspectivas de redução de custos, se ancora na constatação de que o Brasil detém as maiores reservas de minério de ferro do mundo e o insumo de melhor qualidade. A mina da Carajás, operada pela Vale, contabiliza reservas para 500 anos de produção. Já a mina de Conceição de Mato Dentro, da Anglo American, tem longevidade já comprovada de 30 anos, com potencial de expansão, graças às novas descobertas naquela área. “O Brasil tem uma estrutura de pesquisa geológica ainda muito precária, distante de nossos principais concorrentes, a Austrália e o Canadá”, diz Mancin. Mesmo assim, a desvantagem do País tem sido vista pelas empresas como um gigantesco potencial, em vez de um problema. 
Apesar de apenas 20% do território brasileiro ter sido geologicamente mapeado até hoje, o País perde em volume de produção de ferro apenas para a Austrália, país em que 92% do subsolo já  está estudado. O Brasil é dono da quinta maior reserva, o equivalente a 8,3% do total mundial, o que representa quase 30 bilhões de toneladas de  minério medido e indicado. No quesito pureza, o produto brasileiro é imbatível. O índice de concentração nas jazidas brasileiras – ou seja, o percentual de minério de ferro misturado ao barro retirado do subsolo – é de 68%, enquanto a média mundial varia entre 55% e 62%. “As características geológicas do Brasil ajudarão a nos transformar nos melhores em minério de ferro no mundo”, afirma Castellari. O minério de ferro, de fato, é o novo ouro da mineração brasileira. Por conta disso, executivos como  Castellari e Murilo Ferreira, da Vale, sabem que não estão sozinhos na corrida pelo minério. 
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Apostas bilionárias: a Sul América Metais, da Votorantim (acima), construirá
um mineroduto entre Grão Mogol (MG) e Ilhéus (BA), com investimento
de US$ 3 bilhões. A CSN (abaixo) já fatura mais com mineração
do que com siderurgia, sua atividade principal
Recentemente, a Votorantim – por meio da Sul América Metais (SAM) – anunciou um investimento de US$ 3 bilhões no Norte de Minas Gerais, para também construir, a exemplo da Anglo American, um mineroduto que ligará sua jazida em Grão Mogol ao Porto de Ilhéus, na Bahia. Com a decisão, a mineradora da família do empresário Antônio Ermírio de Moraes reduzirá o custo do transporte de R$ 26 para R$ 1,40. Já a Vale, a segunda maior mineradora do mundo, desembolsou mais de US$ 9 bilhões nos últimos seis anos em projetos de redução de custo logístico. No mesmo caminho, a Bahia Mineração, controlada pela Eurasian Natural Resources, do Cazaquistão, está recebendo licenças ambientais para a construção da mina de Caetité e para um porto em Ilhéus. A mineradora planeja investir US$ 2,5 bilhões no projeto. 
Essa frenética corrida das mineradoras está expressa nos estudos do governo. Segundo levantamento do Ministério de Minas e Energia, o Plano Mineral 2030, a produção de minério de ferro no Brasil deverá mais que dobrar nos próximos 20 anos, superando um bilhão de toneladas. “Isso está associado à demanda da China e depende de como a economia chinesa vai andar”, diz o diretor da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Fernando Freitas Lins. Segundo o estudo, as projeções levam em conta um crescimento mundial de 3,8% e do Brasil de 5,1% na média da próxima década. “A previsão é de que nos próximos anos a maior parte da produção seja vendida para a China com proporções semelhantes às de hoje”, afirma  “Por isso, há tantos players disputando o mercado brasileiro de minérios.” Que vença o melhor.